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Arquitetos: AGR Arquitectura, G&C Arquitectos
- Área: 46 m²
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Fotografías:José Salinas Velázquez, Alfonso Gómez Raby, Martín Jerez,
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Fabricantes: Atrio, Canteras Colina, Fahneu, Vanghar, Vivero Tropical
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto de renovação do Parque Brasil responde a um objetivo principal, definido pelo diretor, aludindo à "equidade social e espacial" e argumentando que a proposta deveria "gerar oportunidades para melhorar a qualidade de vida da população residente, proporcionando maior acessibilidade às instalações da comunidade".
A proposta de renovação procurou valorizar o parque como um marco urbano histórico com alto potencial ambiental, destacando a pré-existência de um bosque urbano centenário, em contraste com a atual falta de pulmões verdes na cidade de Antofagasta.
Desde sua concepção inicial, o parque foi projetado como uma área de lazer urbana, caracterizada por seu perímetro de árvores e um grande espaço central para jogos e caminhadas, respondendo às tendências higienistas do final do século XIX.
O parque linear é composto por 8 pistas rodeadas pelo tráfego de veículos, que seguem em paralelo à costa, oferecendo um filtro entre o tecido urbano e o mar, onde seu entorno é composto por edifícios de diferentes tipologias. Os acessos de pedestres estão localizados nas extremidades das passarelas, em que o interior assume especial importância com uma série de monumentos e elementos patrimoniais que acompanham o percurso como uma história.
Como resultado da expansão urbana, os espaços públicos da cidade aumentaram e muitos deles se voltaram para o mar. Com isso, o Parque Brasil perdeu sua identidade e protagonismo, permanecendo como uma ilha no meio do tecido urbano. Sem dúvida, o parque precisava renovar seu significado, capitalizando seus principais bens: centralidade e patrimônio (natural e cultural).
Desta forma, a proposta se baseia na ideia do parque como uma "costura" entre os diferentes tecidos urbanos que o cercam, por meio de rotas longitudinais e transversais que geram cruzamentos e espaços de encontro onde se situam os elementos patrimoniais recuperados.
O desenho dos percursos foi baseado nas árvores existentes, procurando conciliar diferentes ritmos e proporcionando uma trajetória com espaços definidos para uso contemplativo ou uma circulação lenta, diferenciando-os das áreas de maior atividade ou circulação rápida, no eixo central. A mudança da pavimentação foi usada como uma ferramenta fundamental para apoiar e demarcar as variações de ritmo. Da mesma forma, foram criados espaços adaptados às novas exigências dos usuários, favorecendo o desenvolvimento de atividades espontâneas e imprevistas, através da incorporação de pisos e móveis para uso flexível.
O mobiliário e volumes foram inseridos conforme os diferentes usos e rotas, sendo construídos com materiais contemporâneos de origem rochosa que, por um lado, fazem alusão à geografia de Antofagasta e, por outro, contrastam com a vegetação proposta para o parque. As superfícies de retenção foram cercadas por diversas plantas, com espécies escolhidas conforme o clima para reforçar as características de pulmão verde deste parque e complementar as árvores existentes com espécies de fácil manutenção.